"Uma Migalha de Nada"



"UMA MIGALHA DE NADA"
Exposição de artes plásticas de Ana Cristina Dias com inauguração para as 16horas do dia 10 de Junho, na Galeria Vieira Portuense Largo dos Lóios, 49/50 - 4050-338 Porto).
Patente até 1 de Julho de 2017

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Ana Cristina Dias

Sobre mim
Tínhamos na cozinha um móvel, mesmo encostado à porta que dava para a varanda, nele havia duas gavetas, uma minha e outra da minha irmã gémea, lá guardávamos as nossas traquitanas, na minha havia lápis, canetas e outros objectos riscadores, lembro-me de passar muito tempo debruçada sobre aquele móvel a desenhar. Ao contrário das outras crianças que diziam querer ser médico, bombeiro, cabeleireiro eu sempre quis ser pintora. O contacto mais próximo que tive com a pintura era o pai, ele era pintor decorador e naquele tempo como não havia impressão digital tudo era pintado, letras e imagens e eu gostava de ver o pai pintar. Tínhamos na sala um quadro (cópia) de Turner, The Fighting Temeraire, eu adorava aquele quadro, as manchas do céu e do mar, mais tarde quando visitei o National Gallery em Londres e vi alguns quadros deste artista não consegui esconder a emoção, ali estava eu chorosa.
Estava na minha adolescência quando a mãe faleceu, nem mesmo este acontecimento me demoveu de continuar de querer ser pintora. Fiz o ensino básico no antigo Magistério Primário, continuei os estudos na Escola Pedro de Santarém em Benfica e antes de ir para a Escola Artística António Arroio frequentei a Secundária da Damaia, o meu local de residência, Ingressei na Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 1990 /91, cinco anos depois concluí o curso de Pintura. Durante o tempo de faculdade fui trabalhadora estudante, trabalhava na empresa do pai, a minha primeira profissão foi aquela que tanto vi o pai fazer na minha infância. Fui fazendo algumas exposições até que sem me aperceber a pintura foi perdendo espaço na minha vida, dediquei-me à minha profissão de que tanto gostava, trabalhei horas a fio, dias, noites, sábados, domingos e feriados.
Comprei uma máquina fotográfica e fui fazendo uns registos. Fui mãe quase aos 31 anos. Fiz uma pausa de cinco anos na pintura.
Quando recuperava de uma cirurgia ao joelho retomei a pintura de uma forma muito tímida mas o suficiente para fazer renascer o desejo de estar só dedicada às tintas, o mesmo desejo de quando criança. O universo e a crise de 2008 ajudaram-me a concretizar o meu sonho e se assim não fosse dificilmente embarcaria nesta aventura. Uma aventura feliz, de caminho empedrado e difícil caminhada.

De uma forma muito resumida foi assim a minha vida até agora, como todas as vidas com bons e maus acontecimentos, felicidades e infelicidades com momentos gloriosos e outros que nem por isso, termino da forma mais comum de iniciar uma apresentação, sou Ana Cristina Dias, nasci em 1967 em Lisboa.

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